RH as a Service

May 12, 2025Por Tarcisio Solved
Tarcisio Solved

Em um mundo pós-pandêmico, onde a flexibilidade no trabalho se tornou crucial

para profissionais e empresas, o conceito de Talent as a Service (TaaS) surge como

uma inovação em um setor resistente às novas formulações. Inspirado na agilidade

do modelo Software as a Service (SaaS), o TaaS permite que empresas acessem um

pool de talentos sob demanda, combinando a necessidade de flexibilidade dos

profissionais com a demanda empresarial por competências específicas.

O TaaS facilita a gestão de talentos em projetos específicos, promovendo uma

interação mais dinâmica entre diferentes áreas de expertise. De acordo com

Devanna e Fombrun (2015), o TaaS se configura como um “novo modelo de gestão

de talentos” para um mundo em constante mudança, oferecendo diversos

benefícios, como agilidade, flexibilidade, custo-benefício e diversidade.

No que diz respeito à agilidade, o foco é permitir que as empresas encontrem

rapidamente os talentos específicos que precisam para projetos. Já a flexibilidade

dialoga fundamentalmente com os talentos, ou seja, profissionais podem trabalhar

de qualquer canto. E o custo-benefício?

Bem, nesse caso pega os dois pela proa, porque as empresas pagam apenas pelos

talentos que precisam, quando precisam, reduzindo os custos com recrutamento e

treinamento, e o profissional também abre horas-trabalho para abraçar outras

demandas. A diversidade, diria, é um resumo, uma vez que possibilita às empresas

acessarem um pool de talentos mais amplo e diverso, com diferentes habilidades e

experiências.

Mas vamos aterrizar essa história, usando, por exemplo, uma corretora de

investimentos. Nesse caso, a empresa enfrentava um desafio significativo: uma

plataforma de investimentos subutilizada, com apenas 20% de engajamento ativo

dos usuários cadastrados. A equipe de talentos criada especificamente para este

projeto, combinando negócios, tecnologia, design e antropologia, foi fundamental.Aplicou-se uma análise profunda para redefinir a experiência do usuário e expandir

a base de clientes ativos da corretora. O resultado foi uma plataforma mais

intuitiva e engajadora, que não só aumentou a fidelidade dos usuários existentes,

mas também atraiu novos clientes, culminando na aquisição por parte de uma

gigante do setor.

Se mudarmos radicalmente de setor… Por exemplo, em telecomunicações. Pois

bem. Nesse caso, vou lembrar que a aposta foi em um Squad Estratégico, uma

aplicação específica do TaaS. A empresa precisava acelerar sua transformação

digital, mas enfrentava limitações internas de expertise e agilidade.

Formou-se então um squad de talentos sênior, incluindo especialistas em

inovação, pesquisa, comunicação e design, atuando diretamente com a equipe

interna da telecom. Esse squad estratégico não apenas orientou a implementação

de novas iniciativas de inovação, como também capacitou a equipe interna,

levando a resultados notáveis em um curto espaço de tempo, incluindo a criação

de uma área de inovação premiada e o lançamento de um Corporate Venture

Capital em parceria com grande gestora de fundos.

O que a gente tira desses casos? Simples: o TaaS pode ser aplicado em diversos

setores. Depois, é imperativo considerar os desafios, porque são eles que vão

impor o caminho da solução.

Essas inovações refletem a necessidade de um mercado de trabalho mais

adaptável, onde a flexibilidade e a colaboração entre diferentes áreas de

especialização não são apenas possíveis, mas essenciais para o sucesso

empresarial no século XXI.

O futuro do TaaS parece promissor, com o mercado de trabalho se adaptando cada

vez mais à flexibilidade e à demanda por competências específicas. A McKinsey

Global Institute (2013) prevê que a automação impactará significativamente o

mercado de trabalho, e o TaaS pode ser uma solução para lidar com as mudanças

que estão por vir.